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O que é ozonioterapia

Publicado em 14/12/2021


Se ao ler a palavra ozonioterapia você pensa na camada que envolve a Terra, está no caminho certo. Assim como o ozônio nos protege contra os raios UVA e UVB, o gás usado de forma medicinal promete proteger o nosso organismo de patologias e agentes invasores. Ozônio é uma molécula triatômica que existe na natureza, considerado o quarto oxidante mais potente. Na camada de ozônio, exerce a função de proteger contra os raios ultravioleta, extremamente danosos para a saúde humana e animal.
Antes de explicar como ele é usado, vale fazer uma pequena viagem na história. Os primeiros usos de ozônio como produto medicinal têm registros que datam do final do século XIX, por volta de 1890, era utilizado para controle de infecções por bactérias, já que o primeiro antibiótico (penicilina) só foi desenvolvido por Alexander Flemming, na Inglaterra, em 1928. Durante a Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, o ozônio também foi utilizado para o tratamento tópico de feridas e amputação de membros de soldados combatentes e, na década de 50 foram iniciadas as aplicações sistêmicas. 
A ozoniterapia é a técnica na qual o ozônio medicinal é administrado na forma de gás, em baixas doses, por diferentes vias, para modular as funções protetoras da célula. Hoje o seu uso já ultrapassou as fronteiras da Alemanha e se espalha por quase 50 países, como Itália, França, Japão, China e em 14 estados americanos.
O gás apresenta propriedades que vão desde bactericida até a regulação de vários desequilíbrios. O ozônio medicinal é altamente eficaz para tratar inúmeras doenças, devido ao grande poder anti-inflamatório e analgésico da mistura gasosa oxigênio-ozônio, além de apresentar propriedades germicidas – tem ação sobre bactérias, vírus e fungos oportunistas – e de melhorar a circulação sanguínea e linfática.

Como o ozônio age em cada área –
  • Atua como regulador do metabolismo e dos níveis de insulina, além de controlar as taxas de colesterol;
  • Melhora as defesas imunológicas do corpo e ajuda o organismo a se recompor de enfermidades;
  • Apresenta poderoso efeito anti-inflamatório e analgésico, o que ajuda a controlar os casos de dor aguda;
  • É um oxidante natural, então ajuda a combater o envelhecimento precoce e preserva a saúde das células;
  • Apresenta efeito germicida, eliminando bactérias, fungos e vírus;
  • Ajuda a regenerar diversos tipos de tecido do corpo, como a pele;
  • Promove uma melhor oxigenação e circulação arterial e venosa

Formas de aplicação –

O médico especialista é quem definirá qual é a melhor via para aplicar o ozônio, que depende do diagnóstico e do perfil do paciente. Confira quais são as possibilidades.
  • INSUFLAÇÃO VAGINAL
Indicada para problemas ginecológicos, como candidíase e herpes genital, além de infecções urinárias. Uma pequena sonda uretral é colocada na vagina, acoplada em uma seringa que fará a insuflação com o gás. É indolor e tem duração aproximada de 15 minutos.
  • INSUFLAÇÃO INTESTINAL
Recomendada em casos de doenças inflamatórias intestinais, a técnica consiste na introdução de uma sonda muito fina através do ânus, na qual é acoplada uma seringa, pela qual ocorre a insuflação com o gás. O procedimento que dura entre 15 e 20 minutos, ainda é indicado para doenças autoimunes, artrite reumatoide, fibromialgia e hipotireoidismo.
  • OTOLÓGICO
Um vapor de ozônio é liberado no ouvido através de um aparelho que se assemelha a um estetoscópio. O gás adentra o organismo através da membrana timpânica, alcançando mucosas do ouvido, nariz e garganta. Dura 15 minutos e é indicado para casos de asma, rinite e sinusite.
  • INSUFLAÇÃO EM BAGS
Casos de feridas e úlceras tópicas são tratados com essa técnica, que envolve a área ou região a ser tratada com uma bolsa plástica resistente (bag), na qual ocorre a insuflação do gás. É indolor e dura cerca de 10 minutos.
  • HIDROZÔNIO
Trata-se de um recipiente com água com a contínua libração de gás ozônio, em que o local a ser tratado é mergulhado. Usado para tratar micoses nas unhas das mãos e pés. 
  • ENDOVENOSO
Técnica usada para problemas ortopédicos, como lombalgias e dores nos joelhos. A aplicação é feita através de punção venosa, seguida da aplicação de ozônio através do soro. O procedimento dura em torno de 30 minutos e não exige preparo prévio. 
  • SUBCUTÂNEO
Usada em casos de hérnia de disco, artrite e artrose, a técnica consiste na injeção subcutânea do ozônio em pontos específicos, em geral, ao redor de articulações, tendões e ossos com alguma lesão, inflamação ou dor. Dependendo da área, o procedimento pode durar de 15 a 30 minutos.
  • ÓLEO OZONIZADO

Único recomendado para uso doméstico pelo próprio paciente, é usado como coadjuvante do tratamento com aplicações medicinais de ozônio.

A eficácia do tratamento já foi testada em mais de 250 doenças. Entre elas estão enfermidades inflamatórias e infecciosas, bem como em problemas circulatórios, lesões articulares (artrites e artroses), lombalgias e hérnia de disco, além de feridas decorrentes de diabetes e varizes, entre outras patologias. A terapia é uma alternativa válida para pacientes com contraindicações para anti-inflamatórios (como idosos, pessoas com problemas de estômago ou alergias medicamentosas, por exemplo), assim como aqueles que não podem receber corticoides (como diabéticos, obesos e imunodeprimidos).
Ao entrar em contato com os líquidos e células do corpo, o ozônio passa por diversas reações químicas, gerando moléculas mensageiras secundárias.   O ozônio medicinal constrói um ambiente que melhora o sistema imunológico, preserva as células, sendo um importante coadjuvante em diminuir os efeitos colaterais observados em diversos tipos de tratamento, tais como os verificados durante a quimioterapia e radioterapia. 

Um gás na imunidade –

Para que o seu uso seja possível em aplicações clínicas, o ozônio medicinal é produzido a partir de oxigênio puro. O gás age no sistema Nrf2, que se encontra dentro do núcleo das células, se comporta como uma “terapia multialvo”, possibilitando a correção de vários desequilíbrios funcionais e orgânicos ao mesmo tempo. É uma técnica segura e com efeitos colaterais mínimos, podendo ser utilizada em todas as faixas etárias. Em casos de hipertireoidismo descompensado, diabetes mellitus descompensado, hipertensão arterial severa descompensada e anemia grave, é necessário que a estabilização clínica dessas situações seja realizada previamente à aplicação da ozonioterapia. Porém, existe uma contraindicação que é a deficiência da enzima Glicose-6-Fofato Desidrogenase (G6PD), que deve ser dosada no sangue antes de iniciar tratamento.
Ainda vale lembrar que o mercado estético é outra área que abusa do uso da ozonioterapia, como no tratamento de rugas, celulite e como auxiliar no processo de emagrecimento, em função do efeito lipolítico. Atletas também apostam no uso para melhora da performance física.

Ozonioterapia no Brasil –

Embora seja regulamentada em mais de 50 países, no Brasil a prática ainda é considerada uma terapia experimental pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Porém, é uma técnica reconhecida e recomendada pelo Conselho Federal de Odontologia (Resolução CFO no.166/2015) desde 2015, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (Resolução CFMV nº 1364/2020) em 2020  e, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN Parecer Normativo nº 01/2020) em 2020 reconheceu a Ozonioterapia como terapia complementar possível de ser realizada por enfermeiros que sejam capacitados para a prática.
Apesar do não reconhecimento do CFM, o Ministério da Saúde anunciou em 21/03/2018 a inclusão da ozonioterapia na rede pública, a qual foi incorporada ao SUS como prática integrativa e complementar pela Portaria n. 702/2018 com a descrição: “A ozonioterapia é pratica integrativa e complementar de baixo custo, segurança comprovada e reconhecida, que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias de administração, com finalidade terapêutica, já utilizada em vários países como Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Rússia, Cuba, China, entre outros, há décadas.
Há algum tempo, o potencial terapêutico do ozônio ganhou muita atenção através da sua forte capacidade de induzir o estresse oxidativo controlado e moderado quando administrado em doses terapêuticas precisas. A molécula de ozônio é molécula biológica, presente na natureza e produzida pelo organismo sendo que o ozônio medicinal (sempre uma mistura de ozônio e oxigênio), nos seus diversos mecanismos de ação, representa um estimulo que contribui para a melhora de diversas doenças, uma vez que pode ajudar a recuperar de forma natural a capacidade funcional do organismo humano e animal.
Alguns setores de saúde adotam regularmente esta prática em seus protocolos de atendimento, como a odontologia, a neurologia e a oncologia, dentre outras.”

Um abraço da equipe ArvoreSer

Autoria: Dra Marcia Caran


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